domingo, 30 de setembro de 2012

No Velório do GM LUIS GOMES, Emoção, Lembranças e Pedido de Paz

29/09/2012 11:38 Nadyenka Castro e Luciana Brazil

O guarda municipal Peterson Luis Gomes Terêncio morreu após colisão com carro de passeio na avenida Guaicurus. Motorista irá responder por homicídio culposo


Emoção no sepultamento de Peterson. (Foto: Simão Nogueira)
Guardas municipais fizeram oração pelo colega. (Foto: Simão Nogueira)

Emoção, lembranças e pedido de paz no trânsito marcaram o velório do guarda municipal Peterson Luis Gomes Terêncio, 30 anos, morto após colisão com carro de passeio na avenida Guaicurus, em Campo Grande, na tarde dessa sexta-feira.
No rosto de familiares, muitas lágrimas. No de amigos, além do choro, a indignação por mais um acidente fatal na Capital. Parentes preferiram não conversar com a imprensa e colegas de trabalho e amigos falaram sobre Peterson: Uma pessoa tranquila, trabalhadora, que cursava a segunda faculdade, gostava de pescar, de sair e do motociclismo.
Peterson havia saído da faculdade e seguia para o trabalho pilotando sua Yamaha Fazer. No cruzamento da avenida Guaicurus com a rua dos Democráticos, no bairro Universitário, foi atingido pelo Celta dirigido por Adriana Carvalho de Oliveira, de 32 anos, que irá responder inquérito por homicídio culposo (sem intenção de matar).
Ele foi socorrido para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a Santa Casa e, segundo a ex-namorada dele, Larissa de Oliveira, 31 anos, chegou consciente no hospital. “Ele me reconheceu”, lembra ela, que é enfermeira no nosocômio.
Larissa conta que estava no Centro Cirúrgico e recebeu ligação da mãe de Peterson falando do acidente. Ela foi até o pronto socorro e lá encontrou o ex-companheiro, que estava na maca e seguia para o raio-X.
Segundo a enfermeira, ele a reconheceu, perguntou do pai e da mãe, reclamou de dores nas pernas, teve parada cardíaca e morreu. “Falei para ele ficar tranquilo”, lembra Larissa. Durante o breve diálogo, Peterson morreu. “Na minha frente”, diz ela, que teve relacionamento com ele durante sete anos; eles tinham terminado há dois.

Peterson tinha mais três irmãos – dois homens e uma mulher -, era guarda municipal há dois anos, graduado em Educação Física e cursava História. Desde que se tornou funcionário público trabalhava no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da Vila Gaúcha.
Coordenadora do local, Sandra Mara, 59 anos, lembra que Peterson era “rapaz amigo e companheiro. Educado, de boa família”. De acordo com ela, ele fazia faculdade devido a bolsa de estudos que ganhou por conta da nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Sandra também falou sobre a importância da atenção constante no trânsito. “Para quem está dirigindo, não pode ter nenhum décimo de bobeira”.
O guarda municipal Darci Tomaz de Araújo, 40 anos, questionou a imprudência no trânsito e pediu paz. “Até quando o trânsito vai continuar matando e as pessoas ficando impunes?”. Ele e outros diversos colegas de Peterson estavam fardados.
A paixão pelas duas rodas fez Peterson entrar para o motoclube Pakatos há quatro anos. Jony Carlos, 35 anos, integrante do grupo, fala que o rapaz era querido por todos. “Não tem palavras para expressar o sentimento. Ele era muito bem quisto por todos”.
Amigo de Peterson, o policial militar Diego Nantes, 27 anos, lembra que o motociclista gostava de pescar, de trabalhar, de sair e era uma pessoa muito tranquila.





















Fonte: CAMPOGRANDENEWS